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O DIA EM QUE OS TRAPALHÕES ESTIVERAM EM CRUZ DAS ALMAS

No dia 29 de julho de 1993, Cruz das Almas estava em festa. Comemorava-se o aniversário da cidade, um evento que sempre trazia alegria, mas naquele ano, um presente especial aguardava os moradores. O prefeito Carmelito Barbosa Alves, um homem conhecido por sua feição sempre sisuda, por sua seriedade e seu senso de moralidade, mas também porque gostava de valorizar a cultura e o entretenimento, havia conseguido algo extraordinário: trazer um show dos famosos Trapalhões para Cruz das Almas.

Naquele dia, a Praça do Lavrador, em frente ao Mercado Municipal, rapidamente se tornou o centro das atenções. Gente de todas as idades se reunia, ansiosa pelo que estava por vir. O burburinho e a excitação eram palpáveis, uma expectativa compartilhada por todos os presentes. Famílias inteiras, crianças, jovens e idosos formavam um mar de rostos sorridentes.

Quando os primeiros sinais de que o show ia começar surgiram, a multidão silenciou por um momento, apenas para explodir em aplausos e gritos de alegria ao ver Didi, Dedé e Mussum subindo ao palco. A ausência de Zacarias era sentida, mas o trio manteve a energia e o espírito que sempre caracterizaram o grupo.

Didi, com suas trapalhadas inconfundíveis, Dedé, o parceiro fiel, e Mussum, com seu humor contagiante e seu famoso “mé”, rapidamente conquistaram a plateia. Cada piada, cada performance, era recebida com gargalhadas que reverberavam pela praça do mercado.

A interação com o público foi um dos pontos altos do show. Crianças foram convidadas ao palco, onde foram recebidas com carinho pelos humoristas, transformando suas participações em momentos hilários. Os adultos também tiveram seu momento, sendo surpreendidos por piadas e improvisações que os fizeram rir e lembrar dos velhos tempos. Para muitos, aquele show foi mais do que uma simples apresentação. Foi uma viagem nostálgica, um momento mágico que trouxe de volta a simplicidade e a alegria dos tempos em que os Trapalhões eram parte do cotidiano. As crianças riam, absorvendo a alegria ao seu redor, enquanto os mais velhos reviviam memórias de uma época mais leve.

Quando finalmente se despediram, sob uma chuva de aplausos e gritos de “voltem sempre”, havia um sentimento de gratidão coletiva. Cruz das Almas havia recebido um presente inesquecível, que se tornaria eterno na memória da cidade. Até hoje, muitos dos que estiveram ali presentes guardam a emoção daquele dia. “Eu vi os Trapalhões” dizem com orgulho. E, de fato, é uma lembrança que enche o coração de calor e um sorriso saudoso.

Porque, naquele 29 de julho de 1993, a Praça do Lavrador foi o cenário de uma das mais queridas histórias de Cruz das Almas, uma ocasião em que os Trapalhões trouxeram alegria e risadas inesquecíveis para todos.

Edisandro Barbosa Bingre

Edisandro Barbosa Bingre é professor, escritor, cerimonialista e pesquisador memorialista de Cruz das Almas. Ele é membro da Academia Cruzalmense de Letras e destaca-se por seu trabalho com o "Almanaque Cruzalmense", onde documenta e preserva a história e a memória cultural da cidade. Bingre é reconhecido por suas contribuições literárias e históricas, trazendo à tona fatos importantes e curiosidades sobre a região, além de ser uma figura ativa na comunidade intelectual de Cruz das Almas​. No ano de 2020 recebeu o Título de Cidadão Cruzalmense outorgado pela Câmara de Vereadores de Cruz das Almas.

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