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O MISTERIOSO CLARÃO AZUL NO CÉU

Era o início dos anos 2000, na cidade de Cruz das Almas e a tranquilidade de uma noite comum foi interrompida por um fenômeno que até hoje vive na memória daqueles que testemunharam. Era uma noite clara, sem nuvens, e o silêncio habitual envolvia as ruas e casas adormecidas. De repente, um clarão azul intenso, estranhamente silencioso, rasgou o céu iluminando tudo, como se fosse, não um dia claro, mas um dia intensamente azul. Por um segundo, toda a cidade foi coberta por aquela luz misteriosa, que logo desapareceu tão rápido quanto surgira.

O clarão foi tão intenso que alguns moradores dentro de casa puderam perceber através das janelas ou portas abertas e, atônitos, saíram às ruas tentando entender o que havia acontecido. O burburinho se espalhou rapidamente, e logo todos comentavam sobre o clarão. As teorias começaram a surgir: uns falavam de um meteoro, outros de algum fenômeno atmosférico. Mas a maioria concordava em uma coisa – aquilo parecia obra de seres de outro mundo.

A ideia de uma experiência ufológica ganhava força. Afinal, aquele azul estranho não se parecia com nada que já tivessem visto antes. Alguns lembravam as histórias de filmes vistas no cinema ou as reportagens do Fantástico sobre luzes no céu e visitas de “seres de outro planeta” e, que agora, parecia até que essas lendas ganhavam vida diante dos seus olhos. Mas não acabou aí, não…

Na manhã seguinte, a cidade foi surpreendida novamente, mas desta vez pela chegada de vários caminhões do Exército Brasileiro. Vindos de Feira de Santana, os veículos pesados circulavam pelas ruas largas de Cruz das Almas e pelo campus da Escola de Agronomia, chamando a atenção de todos. As autoridades locais, no entanto, informaram sem muitos detalhes que se tratava de um mero treinamento do Exército.

Mas para os habitantes de Cruz das Almas, aquilo era mais do que uma coincidência. O clarão azul, a chegada repentina dos militares – tudo parecia conectado. Seria possível que o Exército estivesse ali para investigar algo que não queriam revelar? Talvez estivessem escondendo a verdade sobre OVNIs que sobrevoaram a cidade na noite anterior?

Durante alguns dias, esse foi o principal assunto nas rodas de conversa, todos discutiam o que realmente havia acontecido. Os mais céticos mantinham sua postura de desconfiança, enquanto os mais imaginativos já viam Cruz das Almas como um ponto de interesse para seres de outros planetas.

O interessante é que, ao contrário do que se possa imaginar como resultado de um evento com tamanho impacto coletivo, essa noite acabou caindo no esquecimento da população e os dias seguiram-se normalmente, não se tornou sequer parte do folclore local; não faz parte do repertório de histórias que avós contam para seus netos. Apenas para os que vivenciaram aquela experiência, mantem-se viva a dúvida e o mistério. Para estes, o clarão azul nunca foi explicado de forma convincente, e os caminhões do Exército voltaram para Feira de Santana, deixando para trás um rastro de especulação.

Edisandro Barbosa Bingre

Edisandro Barbosa Bingre é professor, escritor, cerimonialista e pesquisador memorialista de Cruz das Almas. Ele é membro da Academia Cruzalmense de Letras e destaca-se por seu trabalho com o "Almanaque Cruzalmense", onde documenta e preserva a história e a memória cultural da cidade. Bingre é reconhecido por suas contribuições literárias e históricas, trazendo à tona fatos importantes e curiosidades sobre a região, além de ser uma figura ativa na comunidade intelectual de Cruz das Almas​. No ano de 2020 recebeu o Título de Cidadão Cruzalmense outorgado pela Câmara de Vereadores de Cruz das Almas.

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