O TROPEIRISMO
VOCÊ SABIA QUE…
o chamado “Tropeirismo” foi uma atividade de suma importância para a história da economia do Brasil? Teve seu apogeu nos séculos XVIII e XIX.
Percorrendo caminhos e trilhas que ligavam distantes localidades, foi responsável pelo desenvolvimento do comércio de mercadorias e de animais de carga, época em que o sistema de transporte dependia exclusivamente destes cargueiros. Além dos tropeiros, muitos outros elementos humanos participavam do processo de viagem acompanhando as tropas, tais como cozinheiros, guias, cantadores violeiros e até negros escravizados.
As dificuldades apresentadas durante os trajetos eram muitas, somando-se à necessidade de paradas para descanso dos animais e dos próprios condutores, obrigaram que se demarcasse lugares que serviriam de parada e abrigo da tropa ao final de cada dia de jornada, cuja distância percorrida variava entre 18 e 25 quilômetros. Esses lugares, em muitos casos, eram proporcionados pelos fazendeiros para que os tropeiros que transportavam seus produtos pudessem descansar e seguir viagem na madrugada seguinte.
Geralmente, depois de estabelecidos os pousos (os pontos de parada) dos tropeiros, os fazendeiros não tardavam em erguer uma capela, símbolo de sua devoção, em seguida instalava-se uma pequena venda para suprir as necessidades básicas dos tropeiros e viajantes em geral que por ali passassem. Em 1850, por exemplo, itens como feijão preto, farinha de mandioca e carne seca já faziam parte da cesta básica dos tropeiros.
Algumas famílias chegavam a fixar moradia no entorno e estava dado o ponto de partida para o nascimento de mais um arraial no interior do estado; ou, o desenvolvimento de lugarejos já existentes que num futuro bem breve viriam a se constituir em vilas e prósperas cidades…
Como, provavelmente, deve ter sido o caso de Cruz das Almas, a partir do tráfego dos tropeiros oriundos do sertão e que paravam para descansar, comercializar suas mercadorias e aproveitar para se divertirem, socializarem-se ali, pela Embira talvez. Ou, se preferirem a versão do mito fundador, paravam para rezar no Cruzeiro das Almas, defronte a Matriz.