VAQUEIRO: UMA TRADIÇÃO EM CRUZ DAS ALMAS.
Ontem, passando na Cofel, eis que encontro Onça, conhecido vaqueiro e organizador de cavalgadas aqui na cidade. Falamos sobre os eventos, seus projetos e acabei lembrando de quando cheguei aqui na Bahia, presenciei algumas boiadas que invadiam a rua da Baixinha da Vitória, fazendo o povo correr e fechar as portas para que o gado seguisse viagem rumo à Chapadinha, sem adentrar uma das casas. (“Ê boi! Booooi! Pega o boi!”!)
Eu nunca soube de nenhum boi que tivesse invadido alguma casa, mas que havia o temor, ah havia…
Pois bem, fiquei surpreso ao saber que o querido Onça continua ainda em plena atividade, exercendo quase diariamente a função de vaqueiro. Olha aí! História viva da função de vaqueiro na nossa cidade.
Outra surpresa foi saber que Décio, aquele rapaz que trabalha ali na Cofel, provavelmente era um daqueles vaqueiros que tocavam as boiadas passando na Baixinha da Vitória, lá pelas décadas de 80 e 90. Ele ainda era um garoto quando começou a ser vaqueiro.
Os donos das boiadas eram Dr. Ramiro Passos, Sr. Guel Silveira e outros…
Há registros antigos de grandes lotes de bois que chegavam na cidade, vindos de trem até a Estação de Pombal ou das boiadas que subiam pelas estradas, saindo de São Félix, passando por Muritiba ou vindas do Sertão, passando por Curralinho, mas sempre tocadas pelos vaqueiros.
Portanto, acreditem que o ofício de vaqueiro em Cruz das Almas tem tradição e não é só coisa de cavalgada, não! Eles tinham de entrar no mato para pegar os bois fugidos e marcá-los a ferro e ainda juntá-los à boiada!
Em tempos idos, quando morava na Coplan, conheci Seo Roque (de abençoada memória), vaqueiro que certa vez acidentou-se numa empreitada no mato e foi salvo por sua cadela Suzy, companheira de trabalho, que voltou pra casa na cidade, sinalizou e levou as pessoas até o local onde Seo Roque estava ferido, passados já uns dois dias. Salvou sua vida!