CRUZ DAS ALMASDESTAQUEHISTÓRIA

MAIS DE 200 ANOS DE HISTÓRIA

Você, por acaso, sabia que 22 de janeiro é a data de aniversário da Freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso da Cruz das Almas? Sim, são mais de 200 anos de sua elevação.
A verdade é que muito pouco ou quase nada se fala nas nossas escolas, mas Cruz das Almas tem bem mais anos de História do que os cento e poucos anos de emancipação política…

Nesta região de planalto, nas terras em que viria a constituir-se o novo arraial, certamente já habitavam os povos originários, nossos irmãos ancestrais, os indígenas Cariris, Sabujás, entre outros. Certamente, como núcleo ou tribo, já existiam aqui aglomerados de pessoas e moradias.

De início, pertencente ao Distrito de Outeiro Redondo, não há registro histórico de que o arraial, que já era chamado de Cruz das Almas, tivesse tido uma fundação planejada; ou seja, o seu povoamento deve ter surgido espontaneamente e remonta ao século XVII. Prova disso era a capela jesuíta de Nossa Senhora da Conceição na Embira, erguida com a força da mão-de-obra dos indígenas catequizados.

De certo mesmo é que o desenvolvimento do arraial deva ter sido estimulado pelos portugueses que aqui chegaram na época do Império e tornaram-se os senhores de engenhos de cana-de-açúcar, proprietários de fazendas de café e de armazéns de fumo.

Mas, comprovadamente, o arraial teve seu primeiro reconhecimento oficial e uma maior repercussão quando, a partir do Alvará Régio assinado por D. João VI em 22 de janeiro de 1815, o povoado foi elevado à condição de Freguesia, com o nome de Nossa Senhora do Bonsucesso da Cruz das Almas. Finalmente, em 29 de julho de 1897 passou a ser Vila, com a redução do topônimo para Cruz das Almas.

Para essa data, 29 de julho, de máxima significação, o termo correto é “dia da emancipação política” e não “dia da fundação”: o povoado deixou de ser um distrito de São Félix e ganhou identidade oficial, conquistou autonomia, passou a poder governar a si próprio e ao território que lhe foi conferido, a realizar eleição para escolher o seu gestor e seus representantes (Intendente e Conselheiros Municipais) e a contar com um orçamento próprio para suas despesas.

Emancipada e instalada, a Villa de Cruz das Almas era composta de 3 distritos: sede, Sapé e Baixa de Palmeiras. Alguns anos depois, ficou apenas com um distrito: a sua sede. Finalmente, em 31/08/1921, pela Lei Estadual nº 1537, o já antigo núcleo urbano recebeu oficialmente os foros de cidade; ou seja, “as cartas de lei que regulam a administração de uma localidade ou concedem privilégio a indivíduos ou corporações”.

Porém, só na década de 50 é que se tem notícia de ter ocorrido na Câmara de Vereadores, que ainda funcionava num dos três Salões Nobres do Paço Municipal, a primeira Sessão Solene comemorativa do aniversário da cidade. E, finalmente, com a Lei Municipal n°260 de 1967, convencionou-se o dia 29 de julho como feriado municipal, Data Magna do nosso município, alusiva ao aniversário da Emancipação Política de Cruz das Almas, um fato histórico que elevou e muito o nosso moral enquanto comunidade, pois deixamos de ser um distrito pertencente a outro município e passamos a ser autônomos.

Vivas! Feliz aniversário, Cruz das Almas, por sua História! Orgulho de ser cruzalmense! (ou como prefere o IBGE: cruz-almense).

Edisandro Barbosa Bingre, pesquisador memorialista e curador de conteúdo digital.

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