QUAL A DIFERENÇA ENTRE REFORMAR E RESTAURAR UM IMÓVEL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO?
Referindo-se ao acervo arquitetônico, a restauração tem o compromisso de manter a originalidade do imóvel. Ela realiza alterações mínimas no projeto inicial, enquanto a reforma tem a liberdade de fazer qualquer mudança.
Já na reforma, o resultado pode ser algo totalmente diferente do original; o que pode ser uma perda irreparável, do ponto de vista histórico.
O que é patrimônio histórico?
Patrimônio histórico é um termo usado para se referir a bens naturais e físicos que contribuem para um maior entendimento e apreciação da riqueza histórica e cultural de um povo ou lugar. O que inclui sítios arqueológicos, ruínas, prédios, praças, monumentos, templos religiosos e outros.
Por que preservar e restaurar o patrimônio histórico?
No Brasil, o patrimônio histórico é protegido pelo Decreto-Lei Nº 25, de 1937, que em seu primeiro artigo o define da seguinte maneira (com a redação da época):
“Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”
Mas por que é importante preservá-lo?
Parte da resposta está no trecho de lei que acabamos de transcrever. Segundo o artigo, a conservação é de interesse público pela sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil e “por seu excepcional valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico”.
Além de ajudar a montar o quebra-cabeça da história, o patrimônio histórico está repleto de informações sobre tradições e saberes da cultura de um povo e é importante fonte de pesquisa para diversas áreas do conhecimento.
Bem, não é preciso ser engenheiro civil ou arquiteto ou historiador para perceber a importância da preservação e de saber a diferença entre reformar e restaurar. Já quem não tem o menor interesse nisso tudo pode estar tentando entender qual a utilidade em preservar um prédio antigo. Mas sigamos…
Há motivos concretos e imediatos para desejar a preservação de nosso patrimônio histórico: o principal é a qualidade de vida. Estamos falando de bens intimamente relacionados com a identidade do local e que, por isso, ajudam a construir em nós uma sensação de pertencimento, muito importante em um mundo cada vez mais homogêneo.
Isso tudo sem contar na beleza insuperável que a maioria das construções antigas possui. Veja, por exemplo, um prédio concluído no final de 1800 ou início de 1900, e diga se não é uma construção digna de uma demorada contemplação.
Além disso, o aspecto estético, às vezes mais que os aspectos cultural e histórico, também fomentam o turismo. Sem as ruas e casas bem preservadas do centro histórico de Ouro Preto ou do Pelourinho, em Salvador, será que esses seriam destinos turísticos tão visitados?
Restaurando um prédio histórico…
A estrutura já se deteriorou. O tempo passou e os responsáveis por conservar o patrimônio histórico não fizeram seu trabalho. E agora? Além de lamentar e apontar dedos para os culpados, há muitos casos em que vale a pena investir na restauração.
Esse é um processo que precisa ser feito por pessoas especializadas, com muita responsabilidade e cuidado, e sem interferir nas características da obra original. Na medida do possível, devem ser utilizados os mesmos métodos construtivos e materiais da época em que a construção foi feita.
Em seu blog, uma empresa canadense, especializada na restauração de construções históricas, listou quais considera os cinco principais desafios nesse trabalho:
1. Não provocar danos irreparáveis ao patrimônio enquanto o restaura;
2. Avaliar quando o ideal é substituir e não Remendar;
3. Não fazer acréscimos inadequados no prédio;
4. Atender ou superar normas modernas de construção sem arruinar o prédio;
5. Encontrar uma equipe de restauração que fará o trabalho direito.
Alguns podem perguntar como fica a questão ambiental. Com a necessidade de construções mais modernas com tecnologias sustentáveis e tal… Será que prédios antigos ainda têm espaço em nossas cidades?
Sim! Sem contar que, demolindo um prédio para construir outro, há um impacto ambiental enorme, com geração de resíduos que serão descartados na natureza e gastos com energia, transporte, materiais e ferramentas para a construção.
E quanto ao custo? O que é mais barato? Pode até acontecer de uma restauração ser tão complexa que custa mais dinheiro do que destruir a construção e fazer uma nova. Mas e o valor histórico e cultural? Será que não deveria entrar nessa conta?
Então, que tal começarmos a nos preocupar mais com o impacto positivo de preservar-se o patrimônio histórico da nossa rua, do nosso bairro ou da nossa cidade!
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