CRUZ DAS ALMAS

UM MUNICÍPIO VOCACIONADO À EDUCAÇÃO.

Sabia que até a metade do século passado a educação ainda era um privilégio das famílias abastadas que podiam pagar um professor particular ou uma escola católica para dar as primeiras letras aos seus filhos?

Cruz das Almas, no entanto, desde a sua emancipação administrativa, já demonstrava vir vocacionada a ter uma Educação de Excelência. O seu primeiro gestor, o Cônego Antônio da Silveira Franca, empossado no Cargo de Intendente da Villa no dia 1 de dezembro de 1897, preocupava-se com o fato de Cruz das Almas ter apenas seis escolas e poucos ainda eram os moradores que sabiam, ao menos, assinar o próprio nome. O acesso de todos, indistintamente, à Educação era a sua principal meta de governo. Empenhou-se então no combate ao analfabetismo.

Dizem que era um homem muito culto e um escritor primoroso, o Cônego Antônio da Silveira Franca pregava que “cada escola que abrirmos será mais um foco de luz que criamos, será mais um título de benemerência que conquistamos no presente e no futuro. (…) Cuidemos da instrução porque só a ignorância faz o homem abdicar do direito mais sagrado que tem, que é a liberdade de pensar e de fazer o que dita a consciência”.

Na sua primeira relação de contas do município, em janeiro de 1899, o intendente Cônego Antônio da Silveira Franca já apresentava o seguinte:

“As seis (6) escholas do Município acham-se providas dos respectivos professores, a frequência dos alunos tem sido regular, conforme os mappas apresentados.

De conformidade com a lei , foi recolhida ao Thezouro do Estado a parte da renda bruta município para o auxílio do pagamento dos ordenados dos professores”.

Assim, o nosso primeiro prefeito, padre, foi um homem dedicado à luta contra o analfabetismo, direcionando os futuros dias do nosso Município a uma Educação de escol para todos.

De acordo com as memórias do escritor Prof. Dr. Leandro Costa Pinto de Araújo, até o início dos anos 40, o ensino em Cruz das Almas resumia-se unicamente ao Curso Primário. É verdade que muito bem ministrado por uma plêiade de mestres competentes e comprometidos com a nobre missão educadora, entre os quais, destacaram-se os professores Mata Pereira, Gregório de Freitas, as professoras Celina, Mariazinha, Naná, Antonieta dos Reis Correia e Otília Conrado, que foi também Delegada Escolar do município. Através destes os alunos assimilaram belas lições de sabedoria e princípios éticos e morais básicos, capacitando-os para o exercício de importantes funções em diversos ramos das atividades pública e empresarial na cidade. Um marco deste período da Educação foi a inauguração do Prédio Escolar Comm. Themístocles, em 1933 e que até hoje é a mais antiga unidade escolar em atividade na cidade, com o nome de Escola Municipal Comendador Temístocles, cuja sua primeira diretora foi a professora Olga.

Com a instalação da Escola de Agronomia (1943) e do Colégio Alberto Torres (1948) em Cruz das Almas, o município veio a tornar-se um importante polo educacional, para onde passaram a convergir pessoas de outros municípios da Bahia, de outros estados brasileiros e até do exterior, com o objetivo de dar continuidade às suas formações acadêmicas e profissionais. Cruz das Almas ganhou o título de “cidade universitária”. O Alberto Torres, tal qual o Central da Bahia, era um excelente preparatório para aqueles que queriam conseguir entrar na Universidade, chegou a ser considerado um dos melhores do Norte/Nordeste. E, no decorrer da sua história, essa vocação de polo educacional foi se consolidando, com o surgimento de diversas instituições que abrangem desde a educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) até a educação superior (abrangendo os cursos de graduação, de pós-graduação e de extensão).

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