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QUEM FOI CAZUZINHA?

Nascido em 23 de julho de 1866, no coração do Recôncavo Baiano, no município de São Félix, um menino foi apelidado de Cazuzinha, apelido que carinhosamente carregaria por toda a sua vida. Inteligente, Cazuzinha mostrava sinais de que se tornaria uma figura importante na história da região. Com o passar dos anos, esse menino cresceu e se transformou em um próspero fazendeiro, comerciante de fumo e político que deixaria um legado inesquecível na cidade de Cruz das Almas.

Cazuzinha, com sua visão empreendedora, foi um dos pioneiros no desenvolvimento do comércio e da agricultura da região. Na época, era conhecido como “enfardador de fumo”, uma ocupação que exigia habilidade e conhecimento profundo das nuances desse mercado tão valioso. Ele não apenas dominou essa arte, mas também se destacou como empresário. Seu armazém gerou muitos empregos.

A política também foi um campo onde Cazuzinha deixou sua marca. Atuou como vereador em São Félix e Conselheiro Municipal da Villa da Cruz das Almas em 1897. Em 1937, assumiu o cargo de Prefeito Interino de Cruz das Almas, período em que suas ações impactaram significativamente a cidade. Seu olhar atento para as questões ambientais e seu amor pela terra o levaram a preservar em sua Fazenda Itapicuru uma área de Mata Atlântica, que se tornou conhecida como a Mata de Cazuzinha. Esta área veio a ser depois doada por seu filho Maninho no final da década de 1960 e tombada pelo governo municipal como patrimônio. Anos depois, em 2012, sob a gestão do Prefeito Orlando Peixoto Pereira Filho, a área transformou-se no Parque Florestal Mata de Cazuzinha, um símbolo de conservação e respeito pela natureza.

A generosidade de Cazuzinha para com Cruz das Almas também se manifestou na área da Saúde. Em 1939, foi inaugurado o Hospital Nossa Senhora do Bonsucesso, construído em um terreno doado por ele. Esse ato de benevolência demonstrou seu compromisso com o bem-estar da cidade.

Outra contribuição significativa de Cazuzinha foi na agricultura. Segundo relatos do escritor Mário Pinto da Cunha, Cazuzinha,  juntamente com o Major Alberto Passos, foi pioneiro na introdução da cultura da laranja Bahia no planalto cruzalmense. Em um gesto de inovação, ambos compraram 90 mudas em Salvador, possivelmente no bairro do Cabula, onde a espécie havia se originado. Este movimento ajudou a diversificar a economia agrícola da região e trouxe novos horizontes para os produtores locais.

Em reconhecimento a seus feitos, o Município de Cruz das Almas homenageou Cazuzinha de algumas formas. A antiga Rua do Jenipapo, onde ficava sua residência, foi batizada com seu nome e um colégio também recebeu essa honraria, perpetuando sua memória entre as gerações futuras.

Cazuzinha, na verdade, foi o apelido do Coronel José Baptista da Fonseca, ou apenas J.B. da Fonseca. Faleceu em 27 de julho de 1957, mas seu legado de liderança, inovação e generosidade continua a inspirar através de sua história, lembrando a todos que, com visão e dedicação, é possível transformar o mundo ao nosso redor.

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