SÃO JOÃO NO CLUBE
O jornal Nossa Terra, em sua edição de nº 46 datado em 19 de junho de 1955, escreve uma reportagem elogiando um tradicional baile de São João que acontecia no Clube Cruz das Almas:
Conforme já noticiamos a diretoria do “Cruz das Almas Clube” tomou a feliz iniciativa de reviver, entre nós, os tradicionais bailes das vésperas de São João, que no passado tanta vida e encantamentos proporcionavam à cidade e muito especialmente às famílias, que reunidas nos salões festejavam alegremente o querido santo das fogueiras, consolidador dos namoros nascidos nas trezenas de Santo Antonio. Em torno dos brazeiros havia juras de compadresco enquanto moçoilas catitas e casadoiras tiravam sortes e toda a noite se coloria de cambiantes e balões. Em casa aguardando as visitas, cheiravam os pratos das cangicas, bordado de canela-em-pó, enquanto o loiro “genipapo” era farto nas frasqueiras de cristal. Amendoim cosido, pamonhas e milho assado, guloseimas de toda sorte completavam as alegrias joaninas, deixando no coração da gente a saudade do São João passado, que era amenizado com as esperança de novo São João. Estão de parabéns pois os diretores do “Cruz das Almas Clube”, pela noitada que vai oferecer a 23 deste, nos seus salões tipicamente ornamentados para esse fim.
(FONTE: Jornal Nossa Terra nº 46 de 19 de junho de 1955.)
Valioso resgate jornalístico da vida social e cultural da nossa cidade!
Participei desse baile com 17 anos em companhia dos meus pais. Bigodinho de carvão, calça com remendo artificial, camisa xadrex e chapéu de palha. Os “cambiantes” referiidos no texto eram as espadas. Note-se o texto jornalístico da época, muito próximo de uma pequena crônica. Por isso que se dizia que o jornalista era o cronista do interior. Quando pesidente da Casa da Cultura deixei uma coleção quase completa do Jornal Nossa Terra. Uma preciosidade. Hermes Peixoto.
Caro Hermes, grato por sua participação que muito nos honra! Temos que conseguir a recuperação dessa coleção, amigo.