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A HISTÓRIA DE ANTÔNIO TUÍTE

Você conhece a história do cruzalmense Antonio “Tuite”? Certamente não conhece!

Pois a sua história, assim como a de muitos outros negros em Cruz das Almas, fora brutalmente apagada. Conto-lhes…

Um capitão-do-mato caçou e prendeu o cruzalmense pelo fato dele ser filho de uma africana importada, ou seja, uma mulher negra trazida de África para ser aqui escravizada.

Uma reportagem intitulada “Que Malvadez!”, publicada no jornal abolicionista O Asteróide, da cidade de Cachoeira, do ano de 1887, fala da prisão de Antonio, um homem de bom procedimento e querido por todos, cuja forma truculenta como foi abordado revoltou os editores do jornal:

“Na Freguesia de Cruz das Almas, vivia há muito tempo Antonio, conhecido por Tuite, um pequeno negociante de secos e molhados, comprando e vendendo por sua conta, e tendo um bom procedimento, pelo que era querido por todos. Em um belo dia, antes do Natal, apareceu o Capitão Pedro Celestino da Rocha dizendo ser o dono de Antonio, e bruscamente, ajudado por capitães do mato, prenderam-no violentamente, e levaram o infeliz amarrado em cordas, para o engenho do senhor Umbelino, onde dizem prenderam-no em um tronco.
A sua tenda foi trancada, tendo ele o prejuízo da vendagem, assim como um botequim que ele tinha armado no arraial da Embira, para a festa, acabou ficando à toa.

Além da arbitrariedade na abordagem, foi também considerada uma prisão injusta, já que Antonio “Tuite” era filho de uma mulher africana importada, para ser escravizada, após 1831; portanto, totalmente ilegal. Antonio “Tuite” certamente sabia dessa ilegalidade do tráfico de sua progenitora e do seu direito de liberdade; mas contudo, a lei dificilmente seria cumprida sem a ação dos abolicionistas.

Bem, não se sabe como o caso do cruzalmense Antonio “Tuíte” foi resolvido, mas é possível classificar a ação do Cap. Pedro Celestino da Rocha como violenta, já que o fim da escravidão se anunciava e a sua única e rigorosa preocupação era não perder nenhuma ‘peça de escravo’.”

FONTE:

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malvadez

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